O dispositivo de Antikythera foi o mistério mais intrigante da última década arqueológica até que num exame de Raio-X e fotografia se revelou que na verdade era uma máquina muito avançada… demasiado avançada para seu tempo e de mistério intrigante por se não saber o que era passou a hobby de investigação de muitas equipas de investigadores que o tentaram perceber desde 2010. Este dispositivo é tão incrível que até hoje é estudado, pois os cientistas não conseguem entender como foi construído e a cada conclusão nasce uma nova pergunta misteriosa.
Os restos do artefacto foram resgatados em 1901, juntamente com várias estátuas e outros objectos, por mergulhadores, à profundidade de aproximadamente 43 metros na costa da ilha grega de Anticítera ou Antikythera, entre a ilha de Citera e a de Creta. Datado de 87 a.C. a 150 a.C., a 17 de Maio de 1902, o arqueólogo Spyridon Stais notou que uma das peças de pedra possuía uma roda dentada de engrenagem. Quando o aparelho foi resgatado estava muito corroído e incrustado. Depois de quase dois mil anos, parecia uma pedra esverdeada. Visto que de início as estátuas eram o motivo de todo o entusiasmo, o artefacto misterioso não recebeu muita atenção.
O mecanismo foi examinado em 1902, e estava em vários pedaços. Havia rodas dentadas de diferentes tamanhos com dentes triangulares cortados de forma precisa. O artefacto parecia um relógio, mas isso era pouco provável porque se acreditava que relógios mecânicos só passaram a ser construídos muito mais tarde. A função e a beleza do mecanismo de Antikythera (também chamado de Máquina de Anticítera) permaneceram escondidos até que estudos recentes submeterem a máquina à técnicas de imagem mais avançadas. Em primeiro lugar, ele foi fotografado através de uma técnica em que as superfícies são expostas a diferentes padrões de iluminação. Isto criou diferentes níveis de contraste que permitiram aos pesquisadores ler muito mais do que o texto grego inscrito.
Em seguida, imagens de raios-x foram usadas para criar modelos de computador 3D completos do mecanismo, revelando pela primeira vez algumas das interacções de marchas mais complexas e detalhadas. Os dispositivos com este nível de complexidade não foram vistos por quase 1.500 anos, e o mecanismo de Antikythera realmente supera alguns projectos posteriores. Usando nada além de um engenhoso sistema de engrenagens, o mecanismo construído por volta de 150 a.C. podia ser utilizado para prever o mês, dia e hora de um eclipse, e até representar os anos bissextos. Também podia prever as posições do sol e da lua em relação ao zodíaco, e tem um carril de engrenagens que virava uma pedra preta e branca para mostrar a fase da lua numa determinada data. É possível que ele também pudesse mostrar as posições astronómicas dos planetas conhecidos pelos antigos: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.
O mecanismo de Antikythera não era apenas uma ferramenta científica – também tinha um propósito social. Os gregos realizavam grandes competições desportivas (como as Olimpíadas) a cada dois ou quatro anos, e o computador analógico calculava a data desses eventos. O mistério de quem construiu o mecanismo de Antikythera permanece. Tem sido associado ao antigo inventor conhecido como Arquimedes pelos escritos de Cícero, mas este dispositivo em particular foi construído após a morte dele. Ainda assim, as palavras gravadas reveladas pelas novas fotos identificam a origem do dispositivo a Corinto, ou colónias possivelmente coríntias. Sicília foi uma delas, e a cidade siciliana de Siracusa foi sede de Arquimedes. Os pesquisadores teorizam que o mecanismo de Antikythera é baseado em um projeto de Arquimedes, e pode até mesmo ter sido construído por uma oficina que exercia a sua tradição tecnológica.
Mas, se o projecto foi “industrializado” de tal modo, por que nunca encontramos outro como ele? Mistérios permanecem. A complexidade do mecanismo mostra que os antigos humanos eram capazes de façanhas intelectuais e de engenharia que surpreendem as nossas mentes modernas e a história registada nos livros. As guerras e os desastres naturais durante todo esse tempo já nos fizeram perder muito mais obras e maravilhas que nunca serão encontradas.
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