O Brasil tornou-se, na manhã de 9 de Abril 2015, o primeiro país do mundo a autorizar o plantio comercial de uma árvore transgénica, com a aprovação de um eucalipto geneticamente modificado.
Até hoje, somente haviam sido liberadas plantas de ciclo anual. A precaução em relação às árvores é que elas permanecem por mais tempo na natureza — por isso recebem a designação de perenes —, o que representaria novos riscos para o meio ambiente e para a saúde humana.
O eucalipto aprovado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) foi desenvolvido pela empresa Futuragene, uma subsidiária da Suzano Papel e Celulose. De acordo com a empresa, a árvore vem sendo avaliada em campo desde 2006 e apresenta 20% de aumento de produtividade de madeira em comparação com o eucalipto convencional. Segundo estudos desenvolvidos pela empresa, a variedade transgénica cresce mais rápido, chegando ao ponto de corte em cinco anos e meio — o convencional demora sete anos.
A Futuragene garante que o eucalipto transgénico é seguro para a saúde humana e para o meio ambiente, enquanto pesquisadores e ambientalistas alertam para possíveis danos, como o alto consumo de água e a contaminação do mel, com consequente perda de espaço do produto no mercado internacional.
Para o professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) Paulo Kageyama, integrante da CTNBio, a libertação da planta traz sérios riscos. Doutor em genética e melhoramento de plantas, Kageyama sustenta que o eucalipto transgénico trará contaminações.
“A abelha europeia, que poliniza o eucalipto, leva o pólen de planta em planta, incluindo transgénicas e convencionais. Os produtores que cultivam eucalipto para outros fins, como energia, madeira, óleo essencial, terão suas plantas contaminadas”, diz. De acordo com o professor, o mel também poderá ser prejudicado. “O Brasil produz cerca de 40 mil toneladas por ano, boa parte orgânico, que será contaminado.”
Fonte: CorreioBraziliense
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