Com uma votação que pouco ou nada representa o grande número de utilizadores, o Facebook tem agora a porta aberta para decidir sem contemplar  a opinião dos seus utilizadores sobre o que estes farão no futuro, com seus dados pessoais. Ao contrário de notÃcias falsas que se tornam virais sobre o Facebook, esta votação REAL passou ao lado dos olhos dos milhões de utilizadores do Facebook.
Sabe-se que Platão fez a divisão das quatro principais formas de governo que poderiam desenvolver uma sociedade, que, por sua vez e de certa forma, poderia ser reduzido para dois princÃpios fundamentais sobre a forma como o poder é exercido: ou é Governo dos poucos privilegiados sobre os demais, ou as decisões da comunidade são tomadas pela maioria da população – ou é uma democracia ou uma tirania.
De alguma forma, estes modelos são repetidos sempre que há uma pluralidade de pessoas que coexistem no mesmo tempo e lugar, e o Facebook não é excepção.
Há poucos dias, esta que é a maior rede social, a mais usada em quase todos os paÃses do mundo submeteu a votação dos seus utilizadores a questão primordial sobre como poderiam ser feitas as alterações à s suas polÃticas de privacidade. Ao contrário de outras notÃcias falsas sobre a polÃtica de privacidade do Facebook que se tornam virais, esta questão essencial e REAL, passou despercebida e no final, apenas cerca de 650 mil pessoas votaram, uma fração minúscula comparada aos Milhões de utilizadores do Facebook.
O resultado? 88% em favor de quaisquer alterações na polÃtica de privacidade, 12% contra. Uma votação esmagadora, é claro, que o Facebook simplesmente ignorou.
Paradoxalmente, alguns acham que este era o objetivo pretendido pela empresa de Mark Zuckeberg: mostrar que a maior parte da população do Facebook, tal como acontece em geral (no mundo real) é indiferente e não se preocupa com algo tão importante como o uso que é dado à respectiva informação pessoal.
No futuro, escreve Will Oremus na Slate – “Facebook poderá perfeitamente alegar que a maioria absoluta silenciosa não foi capaz de perder cinco minutos para preservar o privilégio de opinar sobre como são usados os seus próprios dados.” E talvez até seja  bem merecida, uma justa recompensa para o conformismo habitual.
Fonte:Â Slate
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